Nas mãos
(um plágio errante de Levantado
do Chão, de Saramago)
Tão limpas como a fome
Mesmo quando sujas, limpas são
Desenhadas ao cabo da enxada, da foice e da gadanha
Oleadas que baste para não emperrar.
Mãos tristes
Não aprendem a escrever. Mas se o sabem
Apenas escrevem um nome e nenhum outro
A tortura não as quebra, nelas se guarda a esperança
Um papel. Uma decisão.
Mãos silenciosas
Trinta e três razões para abrir as mãos fechadas
Contrariar o destino. Nesse dia
Levantado e principal
Cada uma será uma grande flor.
Mãos reconciliadas
FC/Fevereiro2015
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