quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Nas mãos


















Nas mãos
(um plágio errante de Levantado do Chão, de Saramago)

Tão limpas como a fome
Mesmo quando sujas, limpas são
Desenhadas ao cabo da enxada, da foice e da gadanha
Oleadas que baste para não emperrar.
Mãos tristes

Não aprendem a escrever. Mas se o sabem
Apenas escrevem um nome e nenhum outro
A tortura não as quebra, nelas se guarda a esperança
Um papel. Uma decisão.
Mãos silenciosas

Trinta e três razões para abrir as mãos fechadas
Contrariar o destino. Nesse dia
Levantado e principal
Cada uma será uma grande flor.
Mãos reconciliadas


FC/Fevereiro2015

Sem comentários:

Enviar um comentário