terça-feira, 17 de novembro de 2015

«Em terras do islão»






















O Médio Oriente deve ser olhado pela perspectiva dos seus vários actores político-religiosos, refiro-me aos seus povos, e não apenas, como parece ser a tendência simplista, uma consequência directa ou indirecta das políticas ocidentais e orientais. Talvez estas tenham sido inteligentemente instrumentalizadas para servir os interesses jihadistas. Olhar a sua História ajudar-nos-á a encontrar a resposta mais adequada.

Nabil Mouline escreve um bom artigo sobre as raízes do jihadismo e o seu objectivo maior: a tomada do poder para além fronteiras. Para este autor, "tudo leva a pensar ... que o tradicionalismo religioso continuará a expandir-se, tanto mais quanto as sociedades civis são balbuciantes e o campo intelectual, em particular o modernista, está em ruínas" (para ler o artigo clicar na hiperligação abaixo).

Para Nabil Mouline, o fracasso ou mesmo a inexistência de um projecto de construção nacional permitiu aos grupos extremistas no Médio Oriente a utilização da religião, um refúgio por excelência e, por isso mesmo a ferramenta ideal, para a escalada de terror e reconquista islâmica (falamos da fracção mais radical) de território. Um Estado terrorista com ambições a Império. Auto-proclamado e determinado, ISIS utiliza a mentalidade árabe e a mitologia dos antigos impérios (segundo o autor do pequeno filme #WHYSYRIA [clicar na hiperligação abaixo]).  

A Europa e os USA, o mundo ocidental, estão na mira da grande expansão do wahabismo, a interpretação mais conservadora e exclusivista do islão, a única que se considera verdadeira, obrigada a impor-se a todas as outras.

Tomando o sentido do texto de Nabil Mouline, a NOSSA resposta a este ataque deverá passar pelo reforço da NOSSA própria sociedade civil (incluindo todos os estrangeiros que nela queiram participar e sobretudo todos os jovens nascidos em solo europeu, porque essa é a nossa realidade) e o reforço do NOSSO campo intelectual. Duas coisas que ficam no esquecimento quando entramos em cenário de guerra, mas que estiveram no esquecimento desde sempre.

Esta foi a fragilidade dos países desenhados a lápis por mão ocidental, no Médio Oriente.Esta será a nossa fragilidade se insistirmos na vacuidade intelectual, cultural, social e política dos diferentes povos da Europa.

FC/novembro2015










Nas raízes do Jihadismo. Escaladas tradicionalistas em terras do islão, por Nabil Mouline.
(Le Monde Diplomatique, 16 de Novembro de 2015)


e ainda:













#WHYSYRIA: La crisis de Siria bien contada en 10 minutos y 15 mapas.













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